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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

AQUECIMENTO



Aquecimento - Aquecedores a lenha

Aquecedores a lenha – foi um dos primeiros métodos utilizados para o aquecimento de aves e caracteriza-se por utilizar a lenha como combustível. O calor é transmitido às aves principalmente por meio da condução, através do ar. O uso de lenha, como fonte de calor em uma campânula ou fornalha, no interior de aviários, não produz temperatura constante e muitas vezes excede ao necessário, requer maior mão-de-obra e é de difícil controle da temperatura. Como a combustão geralmente não é completa, devem ser providos de filtros nas entradas de ar com o objetivo de minimizar a passagem de gases tóxicos, principalmente o CO2, para o interior do aviário. É prática comum no sul do Brasil, principalmente no inverno, o uso de queimadores a lenha para suplementar o aquecimento proporcionado pelas campânulas a gás. Esse sistema consiste de tanques de óleo vazio produzidos artesanalmente. As funilarias normalmente fornecem esses equipamentos. Tem a função de amenizar as condições ambientais não propriamente atender as exigências das aves. Os tanques tem capacidade de 200 litros podendo ser soldados de acordo com o pedido do produtor. Consistem de chaminé, suporte e tanques.
   
O aumento do preço do gás fez com que as indústrias de equipamentos procurassem novas alternativas para fornecer calor às aves propondo um novo sistema de aquecimento à carvão. Esse sistema trabalha com energia renovável, podendo o produtor gerar o próprio combustível, bastando para isso possuir programa de reflorestamento. O sistema consiste de fornalha, chaminé, ventilador, termostato, alarme e tubos distribuidores de ar quente. Os queimadores podem estar localizados externamente ou internamente ao aviário. O ar quente é impulsionado da câmara de ar quente por meio de exaustores de 2 CV, aos tubos perfurados, distribuídos no comprimento do aviário. Essa alternativa diminui os gases tóxicos com melhor controle da temperatura. O consumo de lenha é de aproximadamente 1 m3/dia para um aviário de 100 m de comprimento, dependendo das condições climáticas.



Aquecimento - Aquecedores elétricos

Aquecedores elétricos - tiveram grande difusão no passado, quando se criavam aves em grupos reduzidos, decaindo, posteriormente, nas granjas industriais, caracterizadas por criação de milhares de aves. São constituídos de resistências elétricas, blindadas ou não e lâmpadas infravermelhas que são colocadas embaixo de uma campânula (refletor) a fim de projetar o calor de cima para baixo ou resistências embutidas no piso a fim de projetar o calor da baixo para cima. O sistema, em si, é o mais limpo e fácil de manutenção existente, devendo-se adequar a potência do elemento aquecedor ao número de aves a ser criado. São caracterizados por transmitirem o calor por meio da condução e da radiação, serem de fácil manuseio, possuírem produção de calor constante e não geração de gases tóxicos (CO e CO2). A grande desvantagem desse tipo de aquecedor é o custo da energia elétrica. O uso de lâmpadas infravermelhas apresenta consumo excessivo de energia, a menos que as lâmpadas sejam controladas termostaticamente. Nesse sistema, o canibalismo constitui sério problema. Adicionalmente, as interrupções de energia, por mais curtas que sejam, representam sério problema, caso esses sistemas não possuam campânula sobre as lâmpadas.
Aquecimento a gás

Aquecedores a gás - são os mais utilizados e que apresentam o menor custo com a geração da energia térmica, pois utilizam tanto o gás natural quanto o gás liqüefeito de petróleo (GLP). Existem no mercado vários tipos desses aquecedores, com diversas concepções quanto a forma de transmitir calor, maneiras de instalação e meios de controle da temperatura de operação. Os aquecedores chamados comumente de campânulas a gás possuem um queimador de gás convencional, onde o calor é transmitido às aves por condução e convecção. São instalados a pouca altura do chão e, conseqüentemente, das aves, o que ocasiona uma distribuição não uniforme da temperatura em seu raio de ação. Com a baixa altura de instalação, os gases provenientes da combustão se alojam abaixo da campânula, podendo atingir os pintos, prejudicando o aparelho respiratório. Possuem duas regulagens de temperatura, alta e baixa, feitas manualmente e uma capacidade reduzida de aquecimento, sendo recomendados para, no máximo, 500 pintos. São bastante funcionais devido a sua resistência, baixo índice de manutenção e mobilidade, podendo ser reinstalados com facilidade e rapidez. Os aquecedores a gás com placa cerâmica são uma evolução dos aquecedores de campânula, onde se adicionou uma placa de cerâmica refratária para que se pudesse fazer uso do efeito da radiação. A chama do queimador incidente na placa de cerâmica faz com que a mesma se torne incandescente e, dessa forma, transfira calor por meio da radiação. Devido à utilização relativa do efeito de radiação esses aquecedores podem ser instalados a uma altura um pouco superior aos anteriores, sendo que a distribuição da temperatura é relativamente melhorada. Apresentam como desvantagem a fragilidade da placa cerâmica, que pode quebrar-se no manuseio do aquecedor. Possuem uma capacidade mediana de aquecimento, sendo recomendados para aquecer entre 700 a 800 pintos. Os aquecedores a gás tipo infravermelhos foram desenvolvidos para utilizar plenamente o princípio de transmissão de calor através da radiação. A combustão do gás se dá diretamente em queimadores metálicos de alta capacidade de suportar o calor, tornando sua superfície totalmente incandescente e desta forma transferindo o calor principalmente pela radiação. No aquecimento por radiação, a temperatura mais elevada se situa na zona de “habitat” do animal, enquanto no aquecimento por convecção o ar quente de menor densidade escapa para as zonas mais altas do aviário, produzindo mais estratificações ou camadas de ar de diferentes temperaturas.

O objetivo dos sistemas de aquecimento radiante é manter a ave aquecida e o piso seco, contudo os sistemas primeiro aquecem o ar que depois é repassado às aves e à cama. Esses equipamentos produzem radiação concêntrica desde o eixo da campânula, perdendo eficiência com a distância do mesmo. A eficiência também varia em função da altura de trabalho da campânula em relação ao piso. Assim, a temperatura de radiação não é uniforme, pois descreve círculos de maior e menor temperatura, permitindo que a ave se situe segundo suas necessidades em uma zona mais próxima ou mais afastada do eixo da campânula. Em condições de temperatura ambiente abaixo de 15ºC, o calor gerado por esses sistemas é insuficiente, havendo necessidade de se providenciar calor suplementar para manter a temperatura ambiente em torno de 32ºC, nos primeiros dias de idade dos pintos. Sua instalação se dá geralmente a uma altura considerável do chão, podendo variar entre 0,90 a 1,20 m. Essas características, aliadas ao fato de que todo o ar necessário para a combustão provém de um filtro ou tomada de ar localizados na parte superior traseira do aquecedor, fazem com que os gases provenientes da combustão não atinjam as aves, sendo rapidamente retirados do ambiente pelo efeito da convecção. A área atingida também é bastante grande, chegando de 3,60 a 4,00 m de diâmetro. Isso faz com que a capacidade de aquecimento atinja 1.000 pintinhos, ou mais, por aquecedor. Atualmente, há grande variedade de modelos com regulação termostática, individual ou centralizada, providos de campânula maior ou menor, entre outros. O importante é dispor de potência calorífica adequada. A razão da popularidade do sistema vem da comodidade de sua regulação termostática, porém é um dos sistemas mais caros em consumo. 



Sistemas Alternativos

Existem outros sistemas de aquecimento como os que procuram aproveitar os resíduos da produção avícola. Dentre esses sistemas, destacam-se os fornos de resíduos de aves para aquecimento das aves, que apesar de apresentarem menor custo estão em desuso pelo considerável trabalho que acarretam e pelos odores que produzem ao redor da granja. Esses fornos são de material refratário, construídos in situ, e situam-se no exterior do aviário no centro de uma das fachadas. Podem funcionar com outros materiais sólidos combustíveis, mas o material prioritário é o resíduo de aves, geralmente da cria anterior e quanto mais seco, melhor. Outro sistema que vem merecendo destaque é o uso de biodigestores. São reaproveitados os resíduos da produção avícola ou suinícola para a produção de biogás. As campânulas, nesses sistemas, devem ser adaptadas para queimarem o biogás. Para se converter campânulas a GLP para biogás deve ser considerado o menor poder calorífico do biogás, a baixa pressão de serviço dos biodigestores e a baixa velocidade de combustão. Outra forma de aquecimento pode ser fornecendo calor às aves, no piso, por meio de canalizações que levam o calor por intermédio de um fluido térmico. Esse sistema caracteriza-se pela passagem de água quente em tubos de polietileno inseridos no piso. O sistema permite controle eficiente da temperatura do ambiente próximo das aves, a cama permanece mais seca e o teor de amônia do ar fica em níveis inferiores ao usual, porém tem custo elevado de instalação e não permite limpeza fácil do local após cada cria. Também preconiza-se a utilização da energia solar para aquecimento de aviários por meio de fluxo de ar quente, ou água quente em tubos instalados no piso. No entanto, essa tecnologia e a eólica ainda não estão disponibilizadas para o avicultor. 


Manejo de Aquecimento X Custos de Produção de Frangos de Corte

O pleno sucesso na criação de frangos de corte, com obtenção de resultados técnicos e econômicos positivos, está relacionado à inúmeros fatores interrelacionados, tais como: manejo, nutrição, sanidade ou mesmo ambientais. Neste contexto, com a proximidade do período de inverno (caracterizado por redução na temperatura média e do fotoperíodo), a manutenção da temperatura dos galpões de criação dentro da faixa de conforto das aves nos primeiros dias de vida torna-se um dos objetivos mais importantes a serem alcançados.
Na maioria da regiões, para que a temperatura dos galpões nos meses frios esteja na faixa de conforto nas 2 primeiras semanas de idade, faz-se necessário aquecer artificialmente os mesmos, de forma que as aves tenham um bom desenvolvimento corporal, de órgãos e de tecidos vitais. Lotes com bom desempenho e uniformes (ausência de pintos refugos) ao fim da segunda semana de vida, serão candidatos preferenciais a terem bons resultados econômicos e zootécnicos no final da criação.
Entretanto, numa avicultura extremamente competitiva como a atual, toda prática que gere aumento de custos deverá ser melhor entendida, planejada e mesmo re-estudada, tendo sempre como meta o melhor retorno financeiro para a atividade, através da redução dos custos de produção.
Os gastos com aquecimento por quilo de carne produzido é extremamente variável, pois inúmeros são os fatores que o influenciam. Entre eles temos: peso médio de venda das aves, época do ano (inverno ou verão), microclima, posicionamento e condições dos galpões, altitude e latitude do local de criação, tipo de matriz energética empregada (gás ou lenha), etc.
Na maioria das regiões produtoras de frango do país a queima do GLP, por sua segurança e praticidade, tem sido a fonte de calor mais empregada no aquecimento durante os primeiros dias de criação. Para o Estado do Espírito Santo, nas condições atuais de preço, o gasto com GLP para aquecimento dos galpões no inverno, gira em torno de R$ 0,11 a 0,14 por ave alojada, tornando-o uma importante matéria-prima para o cálculo do custo final de produção.
Entretanto, com a nova política de preços adotada pelo governo para os derivados de petróleo, o GLP vem sofrendo constantes aumentos reais de preço que, somado à crise por que passa o setor de criação de frangos atualmente, tem preocupado cada vez mais os avicultores.
Uma dúvida que surge é: Como posso reduzir os custos com aquecimento sem comprometer o desenvolvimento das aves?
Algumas medidas simples, muitas vezes negligenciadas por todos nós, podem contribuir não só na melhoraria do desempenho zootécnico dos lotes no inverno que se aproxima, como também, reduzir os gastos com aquecimento das aves.Entre elas temos:
v Manter todas as cortinas em bom estado de conservação, consertando possíveis furos provocados por ratos e/ou pelo uso contínuo. Desta forma o gasto energético tende a ser menor, uma vez que não temos correntes de ar frio no interior das estruturas. No caso de cortinas automáticas o uso de bandores fixos na parte superior das laterais corrige de forma satisfatória falhas no fechamento junto as telhas do galpão.
v Uso de sobrecortinas – é uma medida de manejo extremamente simples e eficaz, que auxilia o isolamento do galpão das condições climáticas externas desfavoráveis, evitando-se correntes de vento e reduzindo a área interna a ser aquecida, pela formação de túneis dentro da estrutura.
v Forração dos galpões - em regiões muito frias e/ou com grandes amplitudes térmicas o uso do forro tem se tornado uma medida altamente eficiente na manutenção da temperatura e na redução dos gastos com aquecimento. O forro não só reduz a área total a ser aquecida, como evita que o ar mais quente suba em direção ao telhado, com perdas de calor por condução e irradiação. No verão ele irá isolar as aves do calor irradiado pelo telhado, melhorando sensivelmente o ambiente interno.
v Construção de casulos - nos casos que o uso do forro se tornar impraticável (Ex.: uso de comedouros tubulares), a construção de casulos ou barracas, feitos com material empregado nas cortinas, no interior das estruturas de criação será uma medida extremamente eficaz no controle da temperatura e dos gastos com aquecimento. Com eles, todas as características citadas anteriormente como redução da área a ser aquecida, menor fuga do calor para o telhado, isolamento contra correntes de ar frio, etc., serão conseguidas.
v Tanques de GLP a granel - para os casos em que a fonte de energia utilizada for o gás, abastecido por botijas P13, a substituição das mesmas por tanques a granel, realizadas no sistema de comodato pelas companhias (sem onerar o produtor), tem se tornado uma forma de tentar reduzir as perdas, uma vez que a queima do gás contido nas botijas P13 nem sempre é total, quando da troca das mesmas. Por não haver circulação destes vasilhames entre diferentes granjas e criadores, uma outra vantagem é o menor risco sanitário (tomando-se cuidados com os caminhões de abastecimento). Contudo, para que esta medida traga benefícios, o preço do gás a granel praticado pela companhia que detém o monopólio sobre o seu fornecimento, tem que ser compensador.
v Posicionamento e estado de conservação das campânulas - campânulas mal conservadas, onde a queima do gás é feita de forma incompleta (presença de chama e fuligem) são uma das maiores causas de desperdício numa criação. Para que o equipamento possa atender as exigências de modo pleno, gerando um máximo de calor num menor consumo, manutenções periódicas destas peças deverão ser estabelecidas e cumpridas a risca. Uma outra forma comum de perda de eficiência se refere a campânulas mal posicionadas nos círculos de proteção (muito próximas as folhas contenção), impedindo que todo o calor gerado possa ser aproveitado pelas aves.
v Aquecedores de ar a lenha - uma alternativa de economia que tem sido amplamente empregada em algumas regiões é a troca das campânulas a gás por aquecedores de ar movidos a lenha, o que segundo alguns estudos, poderia ser de 70 a 80% do total gasto com GLP. Para que não ocorra perdas na qualidade do aquecimento, as recomendações nestes casos, são que o volume de ar a ser aquecido seja reduzido com uso do forro e a criação das aves em uma parte do galpão (pinteiro) isolado por cortinas internas, o que gera inconvenientes no processo de abertura dos círculos de proteção com o avanço da idade. É interessante destacar que estes valores de economia citados irão variar de região para região, devendo ser bastante estudado pelo criador antes da sua implantação.
Dentre os fatores que devem ser considerados estão: custo inicial do equipamento, custo e disponibilidade desta lenha, armazenamento e transporte da madeira para os galpões, custo da mão-de-obra envolvida no abastecimento e manutenção do aquecimento principalmente durante o período noturno. É esperado, que a implementação das medidas citadas, de forma isolada ou em conjunto, trará bons resultados no processo de redução de custos com o aquecimento, sem ocasionar perdas de desempenho das aves.
Entretanto, em locais em que temos mudanças bruscas de temperatura (principalmente da noite para o dia), devido ao maior isolamento térmico proporcionado por algumas destas medidas (ex.: casulo, sobrecortina, etc.), uma maior atenção deverá ser tomada por parte das pessoas envolvidas no manejo diário da granja, evitando aumentos de temperatura acima da faixa de conforto das aves. Estes quadros momentâneos de hipertermia podem levar a grandes perdas por: · Aumento da taxa metabólica e da conversão alimentar;
•  Redução no consumo de ração e na taxa de crescimento;
•  Desidratação;
•  Estimulo a muda sazonal das penas, com perda precoce é irreversível das plúmulas. A piora no desempenho inicial se dará pela menor capacidade da ave de suportar as oscilações térmicas que virão com queda da temperatura noturna; Morte.

Sistemas de Controle do Ambiente

O condicionamento térmico é função basicamente do isolamento térmico e da ventilação. A radiação solar incidente e o calor gerado pelos animais constituem-se nas principais fontes de calor nas edificações. O primeiro pode ser controlado pelo isolamento térmico e o segundo, pela ventilação.
Ventilação natural ou forçada e o efeito termossifão.
A ventilação natural tem sido estigmatizada em termos de condicionamento térmico, em virtude de sua dependência das condições do vento externo, da instabilidade e pelas alterações similares às flutuações externas.
Por outro lado, no sistema dinâmico, mesmo com o funcionamento de ventiladores a pleno regime, a temperatura interna tende a elevar-se de forma contínua à medida que a temperatura externa aumenta.
A ventilação adequada dentro de uma edificação é de extrema importância, pois é responsável pela remoção da umidade e poeira, dispersão dos gases, dispersão do excesso de calor e fornecimento de oxigênio para a respiração.
No caso de épocas frias, quando se deseja manter o calor dentro das edificações, a ventilação deve ser adequada apenas para a remoção do ar e a eliminação de gases e umidade.
A velocidade máxima de vento perto dos animais confinados não deve ultrapassar 0,2m/s, evitando-se problemas pulmonares. As instalações com adequada entrada de ar pelas paredes e saídas por aberturas no telhado permitem uma ventilação contínua através das forças do efeito sifão térmico.
Sugere-se o uso de materiais de cobertura com maior inércia térmica, bem como o uso de um sistema de ventilação adequado e de isolamento térmico. O pé direito também é fator predominante na carga térmica de radiação resultante dentro de um abrigo.
Pesquisas mostram que o pé direito dos aviários nunca deve ser menor que 3,0m para que se reduza a carga térmica de radiação acumulada no abrigo. Os beirais contribuem para o sombreamento do interior dos galpões e o lanternim é a parte mais importante do telhado, condicionando a perfeita ventilação no interior de aviários, permitindo a circulação constante do ar fresco no interior dos galpões. A recomendação é que o lanternim seja construído em toda a extensão de telhado.
A localização de uma instalação, em termos de orientação quanto aos pontos cardeais, é fator de extrema importância na construção. Dependendo da época do ano, alguma face da instalação receberá maior índice de insolação, tanto em termos de radiação solar direta como difusa, de acordo com a trajetória do sol.
Este fato irá influenciar na carga térmica total, que é transmitida para o interior da instalação. Desta forma, a carga térmica incidente em um abrigo a ser construído poderá ser reduzida, utilizando-se uma orientação adequada em relação ao sol.
A orientação leste - oeste em galpões para confinamento de animais é recomendado universalmente, a fim de minimizar a incidência direta do sol sobre os animais através das laterais da instalação, já que nesse caso o sol transita o dia todo sobre a cumeeira da instalação. Porém, em certos locais, este tipo de orientação pode prejudicar a ventilação natural, podendo ser a orientação norte - sul mais recomendável, quando se faz o cálculo do balanço térmico total do abrigo.
Em outros locais, a própria topografia do terreno impede que o aviário seja construído na orientação leste - oeste. Nestes casos, sugere-se que a radiação incidente nas laterais do abrigo seja amenizada através do uso de beirais maiores, além do plantio de árvores e arbustos ao redor as instalação para sombreamento.
No caso de ventilação forçada, pode-se fazer uso de ventiladores, isoladamente, ou associados a exaustores.
Resfriamento adiabático evaporativo
As trocas de calor entre o animal e o ambiente correspondem à soma das trocas que se processam por radiação, convecção e condução, e essas trocas são por vias sensível e latente.
Basicamente, os sistemas de resfriamento adiabático evaporativo (SRAE) consistem em mudar o ponto de estado psicrométrico do ar, para maior umidade e menor temperatura mediante o contato do ar com a superfície umedecida ou líquida, ou com água aspergida ou pulverizada.
Como a pressão de vapor do ar insaturado a ser resfriado é menor que a da água de contato, ocorre a vaporização da água; o calor necessário para esta mudança de estado vem do calor sensível contido no ar e na água, resultando em decréscimo da temperatura de ambos, e, conseqüentemente, do ambiente.
O sistema de nebulização consiste na formação de gotículas extremamente pequenas, que aumentam a superfície de uma gota d\'água exposta ao ar, e que assegura a evaporação mais rápida.
A nebulização associada à movimentação do ar, ocasionado pelos ventiladores, acelera a evaporação e evita que pulverização ocorra em um só local e venha molhar a cama. A nebulização de água sem os ventiladores ou outro sistema de controle pode conduzir ao umedecimento da cama ou aumento exagerado da umidade relativa do local.
Sistema Túnel de Ventilação
O primeiro objetivo da ventilação tipo túnel é que o ar se renove passando por toda extensão do aviário, entrando por aberturas localizadas em uma das extremidades do aviário e saindo por exaustores localizados na extremidade oposta.
Pode existir diferenciação na localização das entradas de ar e exaustores: com entrada de ar nas duas extremidades do aviário, e os exaustores localizados nas paredes laterais, bem no centro do aviário, ou vice versa, o que torna mais curto o percurso do ar.
Sistema de Cortina de Água (PAD)
O sistema de resfriamento evaporativo tipo PAD são geralmente os sistemas mais efetivos e eficientes para a redução de temperatura nos aviários. Os Pads são feitos de papelão corrugado, fibras, entre outros materiais.
A eficiência do resfriamento evaporativo em Pads é geralmente maior (80% a 89%) em sistemas de Pads de celulose, se bem projetados. Tal sistema consiste em água escorrendo através do Pad, e o ar atravessando-o e entrando para o galpão. Isso ocasiona evaporação da água no Pad e conseqüentemente a redução da temperatura do ar.
Os sistemas que utilizam aspersores para molhar os Pads se tornaram populares, pois são mais fáceis de se manejar e mais baratos que os sistemas de recirculação da água.
Manejo de cortinas
Em aviários lateralmente abertos o manejo de cortinas é fundamental para obter um lote saudável, elevado bem-estar e produtivo durante todo período de crescimento do lote.
Um bom manejo da ventilação significa evitar súbitas mudanças na temperatura do aviário.
Uso de forros
No Brasil, o uso de materiais isolantes no forro, muitas vezes se torna antieconômico.
Não é recomendado em regiões que predominem altas taxas de umidade relativa, por facilitar a ocorrência de condensação do vapor d\'água no material poroso do forro, o que torna-o apenas mais uma barreira física, para a entrada do calor de radiação solar.
Porém, pesquisas demonstram que a presença de forro é crucial para que se tenha um bom desempenho na ventilação dos aviários, além de reduzir a condução do calor externo para o interior dos aviários. A presença do forro reduz a entrada de calor na instalação no verão, e a saída de calor no inverno.
Temperatura da água de beber
Durante os períodos de altas temperaturas os lotes aumentam sua demanda pela ingestão de água. A relação entre a taxa de ingestão de água pela ingestão de alimentos é de aproximadamente 2:1 sob temperaturas de 21C, mas aumenta para 8:1 sob temperaturas acima de 38C.
Desta forma, deve-se deixar uma quantidade de água suficiente disponível ao lote. Bebedouros adicionais podem auxiliar na melhor distribuição de água ao lote sob condições de estresse térmico.
Resfriar a água de bebida através de uma maior taxa de renovação da água dos bebedouros tem demonstrado resultados favoráveis na diminuição dos efeitos negativos de estresse térmico. Linhas menores de distribuição de água no interior dos aviários também têm auxiliado na diminuição da temperatura da água de beber.
Conclusões
Conclui-se que a produção de ovos no país ainda é bastante tradicional, sendo conduzida em sua maioria em galpões inadequados.
A ambiência animal vem de encontro à necessidade de melhorar o ambiente de galpões pré-existentes, além de propiciar um manejo mais adequado às necessidades fisiológicas e de conforto das poedeiras e frangos.
A ambiência e bem-estar na avicultura é um assunto novo em relação aos outros segmentos em desenvolvimento como a nutrição e sanidade. Porém, muito já se sabe em relação aos efeitos do estresse térmico na produtividade das aves.
A tendência da avicultura brasileira é a de ampliar seus padrões de produção.
No futuro, para atingir melhores índices de rentabilidade, será necessário à adoção de processos automatizados e de ambientes climatizados nas regiões de clima quente ou durante o verão em todas as regiões.

Avicultura e Clima Quente como Administrar o Bem-Estar das Aves?

O bem-estar e, conseqüente produtividade, expressa em ganho de peso e conversão alimentar do frango de corte, depende da interação entre variáveis como peso pós-eclosão, nutrientes da dieta, qualidade da água e temperatura ambiente, variáveis que levam as aves à condição de bem-estar elevado.
No entanto, o desenvolvimento de pintinhos, em particular na primeira semana de vida é condição relevante para o desempenho futuro do animal, pois processos fisiológicos como hiperplasia e hipertrofia celular, maturação do sistema termoregulador e diferenciação da mucosa gastrointestinal, influenciarão de maneira marcante o peso corporal e a conversão alimentar da ave até a idade de abate.
É fato conhecido que a temperatura  termoneutra para pintinhos na primeira semana de vida encontra-se entre 33C e 37C e da ave adulta entre 21C e 28C.
Neste sentido, temperaturas acima de 37C podem induzir à hipertermia com desidratação, levando a uma redução no consumo de ração e atraso no crescimento. Em temperaturas muito baixas da zona de conforto podem desencadear quadros hipotérmicos, podendo induzir a síndrome da hipertensão pulmonar (ascite) nos frangos de corte.
Um dos primeiros efeitos das altas temperaturas e falta de bem-estar nos lotes de frango de corte é a redução no consumo alimentar. A redução no apetite das aves se dá numa tentativa de reduzir a produção de calor interno ocasionada pelo consumo de energia presente na ração.
O alimento aumenta o metabolismo e, conseqüentemente, a quantidade de calor corporal, pois a digestão e a absorção de nutrientes geram energia, que liberada na forma de calor é chamada de "incremento calórico".
As aves passam a utilizar a gordura como fonte de energia, que produz menor incremento calórico que o metabolismo de proteínas e carboidratos presentes na ração. A redução do consumo de ração, e conseqüente redução na ingestão de nutrientes afeta diretamente a produtividade do lote, culminando numa redução do ganho de peso e bem-estar das aves.
O incremento na taxa respiratória das aves é um indicador de bem-estar, e está diretamente ligado ao meio físico externo em que as aves estão inseridas. Quanto maior for a pressão de vapor no ambiente, maior é a dificuldade de liberação de calor por meios evaporativos.
O ofego somente é eficiente, como meio de liberação de calor latente, quando a umidade relativa ambiental se encontra em níveis relativamente menores que 70%. A umidade relativa passa a ter importância no conforto térmico das aves, quando a temperatura ambiente atinge 25C.
Altas taxas de umidade relativa, associadas a temperaturas altas, fazem com que menos umidade seja removida das vias aéreas, tornando a respiração cada vez mais ofegante. A ave pode não ter capacidade suficiente para manter uma freqüência respiratória alta o bastante para remover o excesso de calor interno, causando hipertermia, seguida de prostração e morte.
Altas amplitudes térmicas influenciam também na queda do bem-estar, e produtividade dos frangos de corte, piorando a conversão alimentar para aves adultas submetidas à temperaturas variando ciclicamente de 24C a 35C, quando comparadas a aves com micro clima estável em torno de 21C.
O fato de as instalações avícolas brasileiras normalmente possuírem um baixo isolamento térmico, principalmente na cobertura, e a ventilação natural ser o meio mais utilizado pelos avicultores para a redução de altas temperaturas nos aviários, faz com que as condições ambientais internas se mantenham altamente sensíveis às variações diárias na temperatura externa, favorecendo a ocorrência de altas amplitudes térmicas diárias.
A ação direta do calor de radiação solar sobre a superfície terrestre ocasiona o seu aquecimento, ocorrendo o aquecimento do ar por convecção. A temperatura ambiente de um abrigo depende de seu balanço energético, que é função do calor incidente de radiação solar, do coeficiente de absorção, da condutividade e da capacidade térmica da superfície receptora.
As três maiores fontes de calor em uma instalação avícola são: a radiação solar, o calor total produzido pelos próprios animais e a radiação emitida pelos arredores da instalação.
O calor de radiação solar direta representa 75% do total de calor na forma de radiação que atinge uma instalação. Nas horas mais quentes do dia, possui um fluxo de calor cinco vezes maior que o calor gerado internamente na instalação.
No caso de aves de postura, a queda do pH sangüíneo decresce juntamente com o nível de cálcio, após duas horas de estresse térmico. Este processo é prejudicial à formação da casca do ovo, pois há uma diminuição de Ca++ no sangue.
A falta de bem-estar e conforto térmico em poedeiras provoca uma série de conseqüências que estão intimamente ligadas à queda no consumo de alimentos, menor taxa de crescimento, alteração da conversão alimentar, queda na produção de ovos e maior incidência de ovos com casca mole. O efeito das estações climáticas e idade das aves sobre a produção e tamanho dos ovos pode variar, tendendo a ser maior na primavera e menor durante o verão.
Estudos no sentido de reduzir o estresse calórico e aumentar o bem-estar, associam o ambiente, o potencial genético das poedeiras e também a eficiência energética da ração.


3 comentários:

  1. este material e muito bom
    gostei, obrigado
    uma pergunta: qual seria uma temperatura ideal no inverno para um galpao com 100pintos

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  2. Gostei muito do material. Estou querendo entrar para o tamo junto com o meu esposo,daí então comecei a ler tudo de interessante à respeito. A nossa pretensão é um galpão para 40.000 pintos, por isso estou pesquisando tudo desde o início de construção do galpão. Se vocês puderem me enviar algumas dicas agradeço

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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